domingo, 25 de outubro de 2009

Nos jardins onde ninguém vai....


Senti aquela pele rude
Um grande frio dentro da alma,
Feito ao cansaço mesmo de uma lágrima a cair.
Demasiado espera de trás o ângulo,
Alegrias que não te pertencem.
Este tempo inconciliável brinca contra você.
Aí esta como se acaba,
Pregados à uma janela nós,
Espectadores melancólicos,
De felicidades impossíveis...
Tantas viagens retornadas já,
Malas vazias de uma eternidade...
Esta dor que não sabe o que é,
Apenas ele não te abandonará nunca, oh nunca!
É um refúgio esta indisposição,
Demasiado até aquele seu crescer.
Não se faz mais milagres,
Agora não mais.
Não dar direito à estas bonecas.
Não tocar aquelas pílulas.
Este irmão tem um bonito caráter,
Que sabe fazer com as almas.
Te darei o meu olho,
Para ver o que não vês.
A energia, a alegria,
Para arrancar agora sorrisos.
Te dizer, sempre sim,
E ter êxito a fazer-lhe voar,
Onde queres, onde sabes,
Sem mais estes pesos sobre o coração.
Te esconder as nuvens,
Este inverno que te faz mal.
Te tratar as feridas e depois,
Algum dente mais para comer.
E depois te ver sorrir,
E depois te ver correr ainda.
Esqueça, há de esquecer
Distraídamente uma flor, um domigo
E depois... silêncio.
E depois silêncio.
Nos jardins que ninguém vai
Se respira a inutilidade.
Há respeito a grande polida
É quase loucura.
Não sabes como é bonito abraçar-te
Reencontrar aqui a defender-te,
E vestir-te e pentear-se.
E sussurrar-te não te rendas.
Nos jardins que ninguém vai,
Quanta vida se arrasta aqui,
Apenas achaques, pequenas anemias.
Somos nada sem fantasia.
Sustenta-lhe, ajuda-lhe,
Te peço não deixes que cais.
Exílio, frágil,
Não negues um pouco de teu amor.
Estrelas que agora não vemos,
Mas dão sinal a este céu.
Os homens não brilham
Se não são mesmo estrelas.
Mãos que agora tremem,
Porque o vento sopra mais forte...
Não o deixe agora não.
Que não o surpreendas a morte.
Nós somos incapazes,
Que por pode ajudar não damos.
Distraídamente uma flor, um domingo
E depois silêncio, e depois, silêncio...
(Laura Pausini - 'Nei chiardini che nessuno sa')



***Nos jardins da alma onde obscuramente escondemos nossos sentimentos existe sempre uma restia de sol chamada coragem...
Coragem para se libertar para a vida, coragem para se libertar para o amor, para a razão, para abandonar o medo...
O medo daquilo que mais desejamos, daquilo que mais sonhamos....